Embora a influência das emoções sobre a saúde da pele tenha sido observada ainda no século 4º a.C., pelo grego Hipócrates, o fenômeno só começou a ser esmiuçado nos anos 1970. Enquanto, em um laboratório da Universidade de Rochester, nos EUA, o psicólogo Robert Ader (1932-2011) demonstrava o caminho da comunicação mente-corpo, a cerca de 450 quilômetros dali, na Universidade Johns Hopkins, a neurocientista Candace Pert (1946-2013) desvendava os mecanismos de ação das “moléculas da emoção”, os neuropeptídeos.
Sensações, emoções, pensamentos são processados no cérebro e enviados ao resto do organismo por mensageiros químicos. Captadas por receptores na superfície das células, essas substâncias são decodificadas.
O estresse pode causar na pele variadas reações que impactam negativamente a vida da pessoa.
Isso ocorre porque quando o feto está sendo formado, pele e sistema nervoso se desenvolvem a partir do mesmo folheto embrionário, chamado de ectoderme, o que, em termos práticos, faz com que pele e sentimentos estejam interligados.
Sendo assim, quando falamos de estresse, estamos tratando de diversas manifestações emocionais, consideradas em sua grande maioria, negativas como raiva, tensão, cansaço, desânimo, impaciência, esgotamento, entre outros que em fases crônicas são prejudiciais para todo o organismo. Além de serem responsáveis por desencadearem uma crise dermatológica ou a reincidência da mesma.
E um dos motivos está na liberação em excesso de cortisol, hormônio capaz de atingir o sistema imunológico de uma pessoa, provocando ou agravando diversas doenças.
A pele é o maior órgão do corpo humano e além da extensão, carrega consigo a responsabilidade de executar inúmeras funções vitais e de extrema importância para a manutenção da vida e bem-estar satisfatório.
Entre suas múltiplas funções estão:
Atuar como base dos receptores sensoriais;
Enviar ao cérebro os comandos de percepção do tato, o mais delicado de todos os sentidos;
Ser fonte organizadora e processadora de informações;
mediadora de sensações;
Atuar como barreira entre o organismo e o ambiente externo;
Ser camada protetora contra efeitos da radiação e lesões;
Atuar como barreira contra materiais tóxicos e organismos estranhos;
Regular a pressão e o fluxo do sangue;
Produzir queratina;
Regular a temperatura corporal;
Metabolizar água e sal pela transpiração;
Atuar como facilitadora da entrada e saída de gases;
Sintetizar vários compostos importantes, como a vitamina D;
Atuar como barreira ácida que protege contra muitas bactérias;
Proteger contra a chuva e o frio por meio da secreção das glândulas sebáceas produzidas por ela, que atua também como lubrificante dos pelos.
Doenças que o estresse pode causar na pele
Existem algumas doenças de pele que podem ser desencadeadas pelo estresse, conheça algumas das principais:
Dermatite atópica
Trata-se de um processo inflamatório identificado por lesões avermelhadas na pele que coçam muito e podem descamar. Além do estresse e da tensão emocional, também podem ter relação com outras doenças pré-existentes como bronquite, asma e rinite, além de fatores climáticos como frio intenso, locais muito secos, tecidos de lã, calor e transpiração.
Psoríase
Doença inflamatória crônica caracterizada por escamas e manchas secas, formadas normalmente nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo. Os números revelam que em 30% dos casos sua causa está relacionada ao fator genético e seu agravamento acontece, principalmente, por conta do estresse, exposição ao frio e álcool.
Urticária
Mais recorrente do que imaginamos, trata-se de uma irritação da pele que pode surgir de repente em qualquer lugar do corpo. Pode variar entre os casos mais agudos, que possuem duração de até 6 semanas e, geralmente, não deixam cicatrizes, ou em sua forma considerada crônica, quando permanece por um longo período, que pode durar meses ou anos. O estresse não é considerado a causa principal da urticária, mas ele pode piorar os sintomas consideravelmente.
Vitiligo
Redução ou falta de melanina (pigmento que dá cor à pele) em diversas regiões do corpo, nas quais surgem manchas brancas. O estresse é um fator comum entre os pacientes diagnosticados com vitiligo, e pode ser responsável por desencadear o início da doença caso a pessoa já tenha predisposição genética.
Outras doenças dermatológicas relacionadas ao estresse são a acne, herpes, dermatite seborreica, furúnculo, micose, rosácea, envelhecimento precoce e olheiras.
É importante estar atento aos sinais e procurar a ajuda de um médico especialista para uma investigação profunda e orientação assertiva de tratamento.
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